30 de ago. de 2011

Resolução incentiva protagonismo infantojuvenil

A participação infantojuvenil na defesa pelos seus direitos ganhou mais força. No começo de agosto, foi publicada a Resolução nº 149 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). Segundo o documento, mais crianças e adolescentes devem participar das comissões de organização de todas as etapas (municipais/distrital e estaduais) da IX Conferência dos Direitos da Criança e do Adolescente, que acontecerá em julho de 2012.

De acordo com a resolução, os Conselhos dos Direitos serão os responsáveis por garantir essa participação. E uma regra deve ser respeitada: a proporção de uma criança ou adolescente para cada dupla de adultos. “Essa proporção foi decidida para manter a mesma proporção da comissão de organização da VIII Conferência Nacional, que contou com cinco adolescentes, um representando cada região do país, e dez adultos”, afirma Alexandre Cruz, conselheiro do Conanda.

“O Conselho entende que já não é mais possível fazer políticas de promoção dos direitos de crianças e adolescentes sem a participação deles”, acrescenta Alexandre, conselheiro do Conanda. Isso ganhou maiores dimensões com a elaboração e a aprovação, em abril, do Plano Decenal dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes. O documento tem uma seção específica sobre o tema e traz decisões que incentivam a “participação organizada e a expressão livre de crianças e adolescentes”.

Mobilização
A garantia da participação de crianças e adolescentes fica por conta dos Conselhos Municipais e Estaduais dos Direitos, que devem incluí-los nas etapas anteriores à Conferência Nacional. Segundo Alexandre, “o Conanda vai mobilizar, conscientizar e orientar os Conselhos Estaduais que, por sua vez, devem passar as informações para os municípios. Contamos com o empenho de todos os conselheiros para que incentivem os adolescentes a participar dos eventos”.

Para Miriam Abramovay, coordenadora da Área de Juventude e Políticas Públicas da FLACSO (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais), “a resolução é fenomenal. Mas o incentivo não deve partir somente dos conselhos dos direitos. O tema deve ser abordado em escolas, ONGs e até em instituições de cumprimento de medidas socioeducativas. Quanto mais o assunto for divulgado, mais crianças e adolescentes vão querer se informar e participar”.

Fonte:promenino 24/08/2011

Falta de pessoal faz pediatras ameaçarem demissão em massa

A falta de pediatras no Hospital Júlia Kubitschek, na Região do Barreiro, está levando a instituição a uma situação caótica. Profissionais do segmento advertem: caso não ocorra um aumento no quadro de pessoal, há previsão de demissão em massa até o final do ano. Atualmente, 14 profissionais atuam na unidade de saúde, mas a estimativa é de que seriam necessários 26 para atender a demanda.

Com uma possível saída dos médicos, o hospital seria prejudicado em setores como a maternidade, terapia intensiva de recém-nascidos e atendimento nos alojamentos materno-infantil. "Sem a previsão de novas contratações ou a redução da demanda, pelo menos seis médicos devem se afastar", afirma a pediatra Juliana Senra de Coelho.

Nos últimos anos, o quadro de pediatras vem se reduzindo no hospital. Por conta da sobrecarga, a pediatra Magali Damaceno Nunes conta que, às vezes, pensa em abandonar o trabalho. "Mas eu gostaria mesmo que melhorassem as condições para que eu possa continuar a trabalhar aqui", afirma.

A médica Mariângela Nascimento Cruz trabalha no setor de pediatria do Júlia Kubitschek há 19 anos, desde a inauguração do hospital. Ela afirma que não foram raras as vezes em que assumiu sozinha o plantão. "É sempre bom ter um segundo colega para trabalhar junto com a gente", diz.

Na manhã de ontem, por exemplo, Magali se ausentou por quatro horas para cuidar da transferência de um paciente. Durante esse tempo, Mariângela foi a única pediatra responsável por cerca de 50 pacientes.

A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), responsável pela unidade, afirmou que os pediatras da instituição devem atuar nos 20 leitos de neonatal e 28 alojamentos materno-infantil. Além da atenção ao bebê no bloco cirúrgico. O hospital realiza cerca de 274 partos, ou seja, uma média de nove por dia.

Apesar das dificuldades, Mariângela vai contra a corrente e afirma que não pensa em pedir dispensa do hospital. "Só saio daqui quando ele fechar", garante. E demonstra se conformar com a situação. "Essas são coisas normais do serviço público".

Magali, que trabalha há cinco anos no local, assegura que nenhum paciente chegou a morrer por falta de médicos. Mas relata que os pediatras passam por vários apuros, como o que ocorreu nó último domingo. Uma plantonista estava sozinha e teve que se ausentar da sala de parto para atender a um recém-nascido que teve uma parada cardíaca.

A falta de profissionais não é exclusividade do Hospital Júlia Kubitschek, segundo o presidente do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG), Cristiano da Matta Machado. "Está acontecendo um sucateamento do sistema de saúde do Estado", afirma.

Ele atesta que o maior número de denúncias que chegam ao sindicato se refere a hospitais da Fhemig. Os profissionais reclamam das equipes incompletas, que gera uma rotina sobrecarregada que não corresponde ao salário concedido.

Segundo Cristiano, além do Júlia Kubitschek, a Maternidade Odete Valadares (MOV) está em estado de alerta. A instituição, em junho deste ano, restringiu pela metade o atendimento. O Ministério Público já foi acionado pelo sindicato para cobrar do Estado uma solução para os problemas.

A Fhemig não soube informar o número de pediatras que atuam no Hospital Júlia Kubitschek. No entanto, o órgão alega que a falta de pediatras é uma situação de crise no Brasil e não se restringe ao hospital citado.

A fim de resolver o número insuficiente de profissionais - seja qual for a área -, a Fhemig informou que já estão sendo convocados os médicos aprovados no último concurso, realizado em 2009. Mas, de acordo com Cristiano da Matta, 60% dos aprovados que foram convocados desistiram nos primeiros meses de trabalho em função do salário considerado insuficiente e da sobrecarga de trabalho.


Fonte:Hoje em dia 18/08/11

16 de ago. de 2011

Infratores,mas Impunes (Parte I)

Jovens que perderam a adolescência para o mundo do crime estão à mercê da impunidade. Minas Gerias te 223 menores infratores em liberdade,mesmo com sentenças expedidas pela Justiça para cumprir a punição em centros de Internação.A falha na aplicação da medida socoeducativa se deve ao numero limitado de espaços para abrigar os deliquentes juvenis.São apenas 19 centros ,com capacidade para 1.100 internos,concentrados em sete das dez regiões do Estado.

O incremento de políticas públicas que garantam tratamento adequado para a inclusão social dos menores infratores é reforçado em outro dado alarmante. Atualmente,há 258 adolescentes com internação provisória ou definitiva ,encarcerados ilegalmente em prisões que deveriam ser ocupadas somente por adultos.No ultimo mutirão carcerário ,feito no fim de 2010 pelo Conselho Nacional de Justiça ,42 jovens foram soltos de cadeias u estabelecimentos prisionais do Estado.
Os dados inéditos fazem parte de um relatório elaborado pelo Ministério Público Estadual (MPE). Nos últimos seis meses ,a promotora Andrea Carelli –responsável pelo Centro de Apoio Operacional ás Promotorias de Justiça da Infância e Juventude de Minas Gerais (CAO/I)-,reuniu farta documentação,segundo ela, a incapacidade do Governo do Estado e das prefeituras mineiras para aplicar as medidas previstas no Estatuto da criança e do Adolescente (ECA),que acaba de completar 21 anos.

Para Andrea Carelli, sem a assistência prevista no estatuto, o adolescente infrator de hoje será o criminoso de amanhã. É o caso de G. 28 anos ,morador de rua.Quando adolescente matou o padrasto a pauladas e se envolveu com o trafico de drogas.Chegou a ser detido pela policia de Betim,na Região Metropolitana de Belo Horizonte ,onde morava.Mas foi liberado em todas as ocasiões.

Áspero ele é um homem de poças palavras. Ao ser questionado se abandonou o mundo do crime,G. diz que apenas se arrepende do que fez de errado na vida.
Mesmo sem a internação, G. poderia ter cumprido medidas socioeducativas em regime aberto, conforme determina o ECA. As principais punições são a Prestação de Serviços á Comunidade (PSC) e a Liberdade Assistida (LA).A primeira é baseada na realização de tarefas de interesse geral,sem remuneração.Na outra ,o adolescente recebe orientação de um psicólogo ou assistente social.

A coordenadora nacional da Pastoral do Menor, Marilene cruz, defende a bandeira das medidas soicoeducativas em regime aberto, mas reforça a necessidade de se ampliar s centros d internação no Estado. Para ela,pouco se avançou nos últimos anos e falta vontade política para implementar as medias.”As prefeituras têm condições de executar os programas de reinserção que são baratos ,se feitos de maneira correta ,capazes de recuperar essas crianças”.

Sem políticas de inserção social, o crime transforma-se em uma saída para esses adolescentes. Os menores viram bandidos,dispostos a tudo para alcançar seus objetivos .A analise é da psicóloga Soraya Hissa.”Esses jovens são reflexo da sociedade onde estão inseridos.A maioria vive em situação de violência ,tem baixa renda e escolaridade precária já que percebem que podem conseguir dinheiro e poder sem esforço e educação”.

Fonte:Hoje em Dia

11 de ago. de 2011

Na Grécia, atletas da ARIL e APAE conquistam 7 medalhas

De 25 de junho a 4 de julho, 6 atletas da Aril (parceiro KNH) e 1 atleta da Apae de Limeira participaram dos Jogos Mundiais de Verão da Special Olympics, realizado na cidade de Atenas, na Grécia. E a participação deles foi muito boa: no total, a delegação de Limeira conquistou 7 medalhas.

Na Natação, as atletas Cristielen Aparecida de Souza e Sayara Santos do Nascimento, da Aril, conquistaram 3 medalhas: 2 de ouro para a Cristielen, no crawl (25m) e costas (25m), e 1 de prata para Sayara no crawl (25m). O treinador dela é Rodrigo Campos Rodrigues, coordenador de Esportes da Aril e coordenador nacional da Natação da Special Olympics Brasil.
Sayara ainda ficou em 5º lugar no costas (25m). As duas atletas ainda participaram da prova de revezamento 4 x 25m, e obtiveram o 4º lugar na categoria masculino (série mista).

As outras medalhas da Aril – 2 ouros – foram no Futebol Society, com os alunos Michel Aparecido Martins e Lucas Bueno Alves, e no Futebol de Campo, com Danilo Fabiano Corrêa e Maicon Limeira Santana.

As últimas medalhas da delegação de Limeira foram da atleta da Apae, Grace, que ganhou duas pratas, no tênis de mesa simples e no tênis de mesa em dupla. Ela foi acompanhada do treinador José Ricardo de Oliveira, coordenador nacional de Tênis de Mesa da Special Olympics Brasil.

ONGs receberão 120 mil reais cada em edital de apoio financeiro

O Fundo Itaú Excelência Social (Fies) investirá R$ 3,4 milhões em 20 organizações não-governamentais que atuam na área de educação infantil, ambiental e para o trabalho. O recurso corresponde a 50% da taxa de administração do Fundo e é destinado ao desenvolvimento e sustentabilidade de programas de cunho educacional.

Neste ano, cada instituição selecionada receberá R$ 120 mil em apoio financeiro. O restante do recurso será aplicado em suporte técnico, monitoramento e formação dos gestores das ONGs. Serão destinados ainda R$ 300 mil ao Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil.

As inscrições estão abertas até 15 de agosto e devem ser feitas pelo site www.itau.com.br/fies

Poderão participar organizações que preencham, cumulativamente, os seguintes requisitos:
- não tenham fins lucrativos;
– tenham sido constituídas no Brasil, de acordo com a legislação brasileira, e possuam sede no território nacional;
– estejam adimplentes com suas obrigações legais, inclusive financeiras e fiscais;
– possuam Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ devidamente registrado perante a Receita Federal do Brasil e ativo;
– os representantes legais e pessoas físicas que ocupam cargos de direção nas Organizações devem possuir Cadastro de Pessoa Física – CPF devidamente registrado perante a Receita Federal do Brasil e ativo;
– sejam responsáveis diretas por um programa social relacionado ao tema “Educação” que abranja alguma das atividades previstas, cuja implantação tenha sido iniciada antes de 15 de julho de 2010;
– formalizem corretamente, no prazo estabelecido, a sua inscrição, de acordo com o disposto no edital.

São considerados programas para fins do PIPS FIES 2011, aqueles que estejam em execução desde antes de 15 de julho de 2010 e compreendam atividades diretamente enquadradas em uma das categorias expostas a seguir ou ações voltadas à formação de educadores para a execução de atividades em:
Educação Infantil – relativa ao desenvolvimento de crianças com idade até 5 (cinco) anos, executadas por Organizações registradas nos Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente de suas respectivas cidades;

Educação Ambiental – relativa à promoção de atitudes de crianças e adolescentes de 6 (seis) a 17 (dezessete) anos e promoção de conhecimentos necessários para a preservação e melhoria da qualidade ambiental, realizada por Organizações registradas nos Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente de suas respectivas cidades.

Educação para o Trabalho – relativa à preparação de adolescentes e jovens de 14 (quatorze) a 24 (vinte e quatro) anos para o mundo do trabalho. As Organizações que preparam adolescentes de 14 (quatorze) a 17 (dezessete) anos devem ser registradas nos Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente de suas respectivas cidades.

O Programa Investimento em Programas sociais, Fundo Itaú Excelência Social, é uma iniciativa do ltaú Unibanco S.A. e do Banco Itaucard S.A., implementado com o apoio da Fundação ltaú Social, cujo objetivo é reconhecer e estimular o trabalho de organizações não-governamentais em programas sociais de cunho educacional, mediante investimento em seu desenvolvimento e sustentabilidade, por meio de apoio financeiro e técnico.

8 de ago. de 2011

A Secretaria-Geral da Presidência da República, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade informam que já estão abertas as inscrições para a 4ª edição do Prêmio Objetivos de Desenvolvimento do Milênio Brasil. O Prêmio ODM Brasil foi criado em 2004, para incentivar e reconhecer projetos desenvolvidos por organizações da sociedade civil e prefeituras que contribuam para que o Brasil alcance as metas do milênio. Se a sua organização social ou prefeitura executa algum programa em prol dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, está na hora de você inscrever o seu projeto pelo site http://www.odmbrasil.org.br/

Você pode inscrever projetos que atendam a um ou mais Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. São eles:



  • Erradicar a extrema pobreza e a fome;


  • Educação básica de qualidade para todos;


  • Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres;


  • Reduzir a mortalidade infantil;

  • Melhorar a saúde das gestantes;


  • Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças;


  • Garantir sustentabilidade ambiental e Estabelecer parcerias para o desenvolvimento.

As práticas inscritas são avaliadas e selecionadas por técnicos e especialistas nos ODM do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP). As melhores iniciativas serão premiadas, desde que atendam a alguns critérios, entre eles: contribuição para os ODM; impacto no público atendido, participação da comunidade, existência de parcerias, potencial de replicabilidade e articulação com outras políticas públicas. O período de inscrição vai de 1º de agosto a 31 de outubro de 2011. Sua participação é muito importante para ajudar o Brasil e o mundo a cumprir as metas do milênio.

4.ª edição do Prêmio ODM Brasil


Miséria condena desenvolvimento de 10 milhões de crianças

Uma criança nasce na favela, fruto de gravidez não planejada. Os pais são adolescentes. Abandonam os estudos, alugam um barracão e, juntos, ganham o equivalente a meio salário mínimo. Para manter a casa, se submetem a longas jornadas de trabalho e passam poucas horas com o filho.

Esse cenário de vulnerabilidade se repete com milhões de pequenos brasileiros e põe em xeque os seis primeiros anos da vida deles, uma fase considerada essencial para o desenvolvimento, na avaliação de médicos, educadores e psicólogos. No país, cerca de 10 milhões de meninos e meninas até seis anos de idade estão abaixo da linha de pobreza, segundo dados do Centro Internacional de Estudos e Pesquisas sobre a Infância (Ciespi). Vivem em famílias com renda per capita inferior a R$ 6,80 por dia, conforme valores de 2009.

Para especialistas, a chamada "primeira infância" é um período fundamental para o aprendizado. Mas tem sido comprometida pela miséria no Brasil. Por isso, o Ciespi enviou um relatório com esses números para o governo federal. No Plano Nacional pela Primeira Infância estão traçadas diretrizes gerais que o país deverá colocar em prática até 2023 para que crianças de até 6 anos de idade possam se desenvolver normalmente.

A Secretaria de Defesa Social de Minas (Sedese) não informa se mantém projetos para menores nessas condições. O banco de dados do Ciespi não tem um levantamento específico sobre crianças de até 6 anos em cada estado, mas estima que 438.728 mineiros de até 15 anos vivem abaixo da linha da pobreza.

"É injusto e inaceitável que crianças dessa idade não recebam os estímulos necessários para que se desenvolvam tanto nas suas estruturas física e psíquica quanto nas habilidades sociais", analisa a professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e diretora do Ciespi, Irene Rizzini. Ela alerta que as experiências vividas nessa fase da vida influenciam, para sempre, a pessoa e sua relação com quem a rodeia.

O problema não está apenas no orçamento apertado. Condições precárias de segurança e de alimentação, falta de saneamento básico e até o estresse vivido pelos pais devido ao dinheiro curto podem afetar todos os aspectos do desenvolvimento dos filhos.

É o que acontece com a família de Maraline Mendes da Costa, de 26 anos, moradora da Vila Madre Gertrudes, na Região Oeste de Belo Horizonte. Mãe de duas crianças com 4 e 7 anos, ela afirma que a insegurança e o medo a acompanham por todo o dia.
Ao sair para trabalhar, de manhã, a faxineira fica temerosa por deixar a filha mais velha, Júlia, sozinha em casa. À tarde, enfrenta a ansiedade de buscar alternativas para aumentar a renda mensal de apenas R$ 320. À noite, diz que por vezes não consegue dormir, com medo dos usuários de crack que ocupam uma casa abandonada ao lado do barracão dela.

Mas o momento de maior aflição para a família é o período chuvoso. A casa de Maraline fica em uma área de risco, bem em frente ao Córrego Ferrugem. "Quando o rio começa a encher, pego as crianças, vou para a BR-040 e espero até a chuva passar", conta. "Me sinto completamente incapaz por não poder dar um lugar melhor para meus filhos".

Mesmo que os pais tentem poupar a prole, esse clima de insegurança acaba por afetar as crianças, avalia Irene. "A família é a primeira referência. Se os adultos ficam angustiados porque não têm dinheiro ou por conta do tiroteio no morro, é certo que as crianças vão sofrer com esse cotidiano de medo".

Fase requer atenção especial

Nos seis primeiros anos de vida, as crianças são mais frágeis e precisam de uma proteção especial da família, explica Irene Rizzini, professora da PUC Rio e diretora do Ciespi. “É um tempo de vulnerabilidade pelo qual todos nós passamos. Uma etapa que demanda um ambiente seguro, acolhedor e propício ao desenvolvimento das nossas potencialidades”, diz.

Por isso, Irene defende que pais e gestores públicos assumam de fato o compromisso de proporcionar esse ambiente de estímulos na primeira infância. A professora afirma que o caminho para terminar com a desigualdade no país depende de como estão vivendo os menores nessa faixa etária. “A família pode ser pobre e dar o maior carinho para o filho. Mas não tem água limpinha para ele tomar banho. Como dá para crescer em um ambiente assim?”, questiona.

A diretora do Ciespi espera que a entrega do Plano Nacional da Primeira Infância à Presidência da República e a outras autoridades as leve a dedicar políticas mais eficazes a esses meninos e meninas. Nas próximas etapas do plano estão previstos o aperfeiçoamento das soluções pelo Poder Executivo e o encaminhamento das propostas ao Congresso.

Desnutrição, a maior ameaça

Na fase inicial da vida há dois momentos principais de desenvolvimento da criança, explica a Presidente do Comitê de Neurologia Infantil da Sociedade Mineira de Pediatria, Marli Marra de Andrade. Primeiro acontecem as transformações neuromotoras e da linguagem. Já na maturação, se desenvolvem os aspectos psicológico e emocional.

Para a médica, a desnutrição é o reflexo mais cruel da pobreza. “Nos primeiros anos, o cérebro ainda está sendo formado e a criança precisa de uma alimentação adequada. A falta disso pode atrapalhar a anatomia cerebral e a formação de milhares de células”. A situação pode se agravar se a mãe, durante a gravidez, não se alimentou direito ou usou álcool e drogas. “O bebê pode sofrer um retardo ou um transtorno mental”.

Situação é pior entre negros e pardos

A maioria das crianças com idade até 6 anos é negra ou parda, segundo dados do Ciespi. Elas representam 60% do total de brasileiros nessa faixa etária. Menores de pele escura também enfrentam índices mais elevados de pobreza (55%) em comparação com crianças brancas (32%). “A diferença deixa claro que investimentos públicos voltados para o desenvolvimento infantil devem priorizar negros e pardos”, afirma Irene Rizzini.

A pesquisa destaca ainda a questão da falta de saneamento básico. No Brasil, 46% da população infantil urbana vive sob essas condições e 95% da rural reside em domicílios onde o abastecimento de água e a coleta de esgoto não existem ou são precários – o que acarreta vários danos à saúde.

Dramas que a dona de casa Lucélia de Fátima Rosa Silva, de 23 anos, conhece bem. Mãe de quatro filhos com idade entre 6 meses e 9 anos, sobrevive com os R$ 150 que recebe do programa Bolsa Família, do Governo federal. O marido é servente de pedreiro mas, dependente químico, quase não coloca dinheiro em casa.

Eles moram em um barraco de dois cômodos às margens da linha férrea, na Vila Tiradentes, em Montes Claros. O telhado de amianto está quebrado e Lucélia não sabe o que fazer para cobrir o buraco antes das chuvas. A casa não tem piso de alvenaria e o banheiro está estragado. Sem cama, o filho mais velho dorme no chão, forrado apenas com um lençol.

A família passa por todo tipo de privação. Carne bovina, só há aos sábados. Nos outros dias, o cardápio tem arroz, feijão, verduras e macarrão, doados pelo Serviço Voluntário de Ação Social de Minas Gerais (Servas). O leite das crianças também é recebido por meio de um programa assistencial.

Sem estudo, a mulher que não consegue calcular sequer quanto ganha – “São três notas de R$ 50, o total eu não sei” – cursou apenas a 1ª série do Ensino Fundamental. Alega não poder voltar à sala de aula pois precisa cuidar dos filhos, e faz questão de ser protetora. Nem cogita a hipótese de perder a guarda das crianças.

Fonte:Hojeemdia

4 de ago. de 2011

Semana Mundial da Amamentação: políticas públicas e conscientização garantem melhorias na proteção dos bebês

A partir de 1º de agosto, comemora-se a Semana Mundial da Amamentação. O aleitamento materno contribui para a diminuição dos índices de desnutrição e mortalidade infantil, além de fortalecer o vínculo entre mãe e filho. Nos últimos 20 anos, ações implementadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pela sociedade civil melhoraram significantemente o nível de proteção à saúde de bebês. Entre elas, está a maior conscientização por parte das mães sobre a importância de amamentação exclusiva durante os seis primeiros meses de vida e complementar até dois anos.

Investimentos em prevenção de doenças antes comuns na infância, seja por meio de vacinação ou de acompanhamento médico contribuíram para que cada vez mais crianças tivessem o desenvolvimento pleno garantido. A partir de 2006, teve início a campanha nacional de vacinação contra o rotavírus. O resultado foi a redução em 22% nas mortes por diarreia entre a população com até cinco anos de idade.

Entre as políticas públicas estabelecidas no Brasil, está a Política Nacional de Atenção Obstétrica e Neonatal. O texto tem como base a Lei 11.634/07, que estabelece os direitos da gestante. Pelo texto, estados e municípios devem ter serviços de saúde com capacidade de acolhimento de todas as gestantes e recém-nascidos. Se eles não forem acessíveis na localidade, o gestor de saúde deve assegurar vaga em outra cidade e providenciar o transporte adequado. A realização de exames complementares durante a gestação e o início do pré-natal durante os primeiros três meses também devem ser garantidos pelo sistema de saúde local.

A despeito de todo o marco legal que protege gestantes, bebês e mães indistintamente, esses avanços não chegaram de maneira equivalente em todas as regiões do país. Regiões de difícil acesso ou com baixo número de cobertura médica como Amazônia Legal, Semiárido e áreas metropolitanas mais carentes, apresentam número elevado de mortalidade materna e infantil. Entre a população afetada, estão indígenas, quilombolas, ribeirinhos e moradores de assentamentos.

Esses e outros direitos estão garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e pela base jurídica que rege o SUS. Por isso é importante reforçar conhecimento destas garantias para que a proteção integral à saúde seja um direito reconhecido indistintamente em todo o país.
Guia Direitos da Gestante


Para marcar a Semana Mundial da Amamentação, o Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) e o Ministério da Saúde lançaram o Guia de Direitos da Gestante e do Bebê. A publicação reúne informações sobre os direitos da gestante e da criança, informa sobre as obrigações do Estado e onde buscar apoio quando as determinações asseguradas em lei não estiverem sendo cumpridas.

“É corajosa e inovadora a postura do Ministério de Saúde de participar dessa proposta baseada numa perspectiva de direitos. Por meio dessa iniciativa, o governo fortalece o controle social e a capacidade dos cidadãos de cobrar políticas públicas mais universais e efetivas”, diz Marie-Pierre Poirier, representante do UNICEF no Brasil.


Mortalidade Neonatal


No entanto, a mortalidade neonatal, ocorrida nos primeiros 27 dias de vida, continua preocupante. De acordo com o Ministério da Saúde, 71% das mortes de bebês antes de completar um ano de idade são nesse período. Prematuridade, infecções e asfixia são as principais causas.

Para diminuir os índices de nascimento antes das 37 semanas de gravidez, o Brasil precisa deixar de liderar o ranking de cesarianas. De acordo com o UNICEF, 44% dos partos são operatórios. A Organização Mundial de Saúde considera aceitável que apenas 15% dos nascimentos ocorram por meio de cirurgia.

Fonte:Andi


MP do Rio cria grupo especializado para combater violência sexual contra crianças e adolescentes

O Ministério Público Estadual do Rio (MP-RJ) tem intensificado ações de prevenção à violência sexual contra crianças e adolescentes e, a partir de outubro, criará um grupo de promotores especializados para acelerar a apuração desse tipo de crime.

O promotor Afonso Henrique informou que desde o lançamento da campanha Quem Cala Consente, cujo intuito era mobilizar a população, em maio, o número de denúncias pelos telefones Disque 127 e Disque 100 (da Secretaria de Direitos Humanos) e por e-mail praticamente dobrou.

“As ligações aumentaram em mais de 90% somente no primeiro trimestre e acreditamos que, durante os jogos mundiais, os números, que já são alarmantes, tendem a aumentar ainda mais devido ao turismo. Ano passado tivemos cerca de 2 mil denúncias.”

O promotor explicou que o grupo vai trabalhar com o respaldo da Polícia Civil nas investigações. “A ideia é que haja policiais destacados para atender a diligências dos promotores, que terão um olhar diferenciado e que poderão dar atenção especial a esses crimes até para dar uma celeridade que a apuração demanda.”

Com a criação de uma equipe de promotores especializados em crimes de violência sexual contra crianças e adolescentes, segundo Afonso, será possível também produzir uma estatística mais exata das denúncias que chegam às mais de 100 promotorias existentes no estado. De acordo com o MP, a Baixada Fluminense, a Região dos Lagos e a capital são as três regiões com os maiores números de denúncias.

O promotor criticou a extinção do programa Sentinela, do governo federal, que promovia o atendimento continuado de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. “Com o fim do programa que se fundiu na assistência social, ficamos sem serviços especializados para essas vítimas na maioria dos municípios, principalmente psicológicos. Era um programa que funcionava bem e foi desestruturado sem que houvesse uma estruturação prévia da rede para receber esses casos.”

Paralelamente, o MP-RJ vem realizando parcerias com empresas privadas e entidades voltadas para o turismo, como a Associação Brasileira de Hotéis do Rio, com o intuito de ampliar a capacitação de profissionais, ministrar palestras e divulgar materiais com os canais de denúncia.

O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresa do Rio (Sebrae-RJ) vem ministrando palestras para mobilizar donos de hotéis, pousadas, restaurantes e bares na prevenção ao turismo sexual. Patrícia Mattos, analista do Sebrae, explicou que o maior medo dos donos desses estabelecimentos é que, depois de denunciarem os casos, eles sofram algum tipo de represália. “Mas nós explicamos que as denúncias feitas pelos Disque 100 ou para os conselhos tutelares são anônimas e que é dever social de todos combater esse crime.”


Fonte:Promenino
O Fórum Nacional de Movimentos e Organizações Juvenis – FONAJUVES em parceria com a RedEAmérica – Fundo Iniciativa Comum propõe o edital Teias Jovens para apoiar coletivos juvenis localizados na Região Sudeste.

A RedEAmérica – Rede Interamericana de Fundações e Ações Empresariais para o Desenvolvimento de Base é uma rede temática criada em 2002 constituída por fundações empresariais e empresas privadas que realizam, direta ou indiretamente, projetos de Desenvolvimento de Base orientados à construção e consolidação de capacidades organizativas em comunidades de escassa renda para contribuir desta maneira para a redução da pobreza nas Américas. Tem como missão contribuir para a redução da pobreza e a desigualdade na América Latina, articulando esforços de fundações e organizações empresariais que promovem o desenvolvimento de base.

Entre as linhas estratégicas de atuação estão: aprendizagem e geração de capacidades, parcerias e trabalho na rede, recursos e oportunidades, incidência, comunicação, promoção e relações públicas.
E o Fundo Iniciativa comum tem como objetivos apoiar iniciativas de jovens feita para jovens, estimular o empoderamento e o comprometimento dos jovens para com suas comunidades e estimular a atuação e a organização de coletivos de jovens.

Para mais informações clique aqui