EM QUE CONDIÇÕES TRABALHAM NOSSA JUVENTUDE? :Cooperação e Desenvolvimento pela Infância e Juventude

5 de dez. de 2012

EM QUE CONDIÇÕES TRABALHAM NOSSA JUVENTUDE?


Mesmo com a lei Aprendiz, adolescentes continuam trabalhando de forma desprotegida em condições que comprometem seu desenvolvimento físico, mental, psicológico e social.
             Stephanie Modesto, adolescente comunicadora de São Paulo*

Ilustração: Akhim Salles

Quais são as reais condições em que trabalham milhares de adolescentes de todo o nosso Brasil? Existe uma maneira certa para se trabalhar? Qual? Será que essa é a maneira que trabalham esses adolescentes? E se não for? O que fazer? Estamos aqui para tentar encaminhar algumas respostas para tantas perguntas.

Muitos adolescentes e jovens de todo o Brasil estão trabalhando de forma errada! Isso mesmo! Trabalham em pequenas, médias e grandes pequenas empresas que os destratam todos os dias submetendo-os a diversas condições que contradizem a lei aprendiz que protege a oportunidade de trabalho para essa fase da vida. Segundo alguns depoimentos e pesquisas, empresas fazem nossos jovens chegarem a trabalhar doze horas dentro de um estabelecimento. Adolescentes em torno de 16 anos de idade trabalhando como adultos, adultos que não são! O que faz com que percam noites de sono, sendo assim prejudicados nos estudos, que os tornarão mais cidadãos e, por isso, deveriam ser uma de suas prioridades.

Está claro entre as leis do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que o adolescente não deve trabalhar antes dos quatorze anos, exceto na condição de aprendiz, ou seja, protegido pela lei que regulamenta o trabalho nesse momento da vida. A lei da aprendizagem garante uma formação técnico-profissional, e ainda o tempo do adolescente no ensino regular, estabelecendo como pré-requisito freqüência escolar obrigatória. Ou seja, o trabalho não pode ser uma atividade que prejudique o desenvolvimento do adolescente e tem que ser realizada em horários especiais.

Trabalhar na adolescência, para alguns, significa ter a sensação de liberdade. Liberdade essa que chega apenas no dia do pagamento. Será que realmente vale a pena? “Com 16 anos, eu trabalhei com carteira assinada. Cheguei a passar 24 horas direto dentro do estabelecimento, fora as humilhações que passei”, relata Guilherme Machado.

O que diz a lei?

Trabalho Infantil é o trabalho executado por crianças e adolescentes com menos de 16 anos (salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos) no setor formal ou informal ou ainda em atividades ilícitas. A aprendizagem pressupõe a matrícula e a frequência do adolescente na escola, caso não tenha concluído o Ensino Fundamental, além de inscrição em programa de formação técnico-profissional sob orientação de entidade qualificada. Caso o adolescente não esteja enquadrado nas condições acima, o caso deve ser denunciado.

Como denunciar um caso de exploração de trabalho infantil ou trabalho adolescente desprotegido?

O que fazer ao se deparar com uma cena ou uma situação onde crianças estejam sendo exploradas e perdendo a sua infância e juventude?

Diferentes instituições estão diretamente envolvidas na fiscalização e no combate ao trabalho infantil. Você pode comunicar uma situação de exploração, por exemplo, ao Conselho Tutelar de sua cidade, ao Ministério Público ou a um Juiz de Infância. Ainda é possível denunciar pelo telefone do Disque 100 - Disque Denúncia Nacional ou pelo site www.disque100.gov.br.

*Integrante do grupo de adolescentes e jovens comunicadores que produzem conteúdo para a campanha É da nossa conta! Trabalho Infantil e Adolescente por meio da mobilização promovida pela Viração Educomunicação

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