DANDO BOLA PRA VIDA.:Cooperação e Desenvolvimento pela Infância e Juventude

2 de ago. de 2012

DANDO BOLA PRA VIDA.





Aos 15 anos, Rafael Silva conheceu o projeto Dando Bola Pra Vida. O projeto, hoje é uma realidade que se consolidou nas comunidades do Complexo do Cerro Corá, para pelo menos 800 crianças e adolescentes e suas famílias. Em parceria com a KNH Brasil, o projeto desenvolve atividades artísticas, culturais, pedagógicas de acompanhamento, sócio- familiar e escolar. 

"Quando conheci o projeto eu vinha só pra fazer bagunça, porque não tinha lugar para eu brincar". O que Rafael não podia imaginar é que o projeto Circo Social com sua magia, encantamento e o poder auto disciplinador, das habilidades circenses o levasse de encontro a uma nova realidade de vida. Ao compreender o sentido de partilha e de cidadania que o circo social proporciona, Rafael torna-se voluntariamente um circulador de saberes junto a outros meninos e meninas.

A pressão social interrompe esse processo de aprendizagem, e impõem a Rafael uma busca imediata de geração de renda, comprometendo a continuidade e permanência no projeto conduzindo-o ao desligamento da escola formal, levando-o ao afastamento do projeto para trabalhar como flanelinha e ajudante de transporte alternativo. Onde fica um bom tempo afastado do projeto, e sempre que tinha dias e horários livres ia à quadra para jogar bola, e naturalmente mobilizava vários meninos e meninas para assim participarem juntos das atividades, numa troca constante de organização, ensino e aprendizado.

Com o objetivo de valorizar a capacidade de mobilização e protagonismo de Rafael, o projeto passou a apoia-lo com uma bolsa auxílio financeiro, cobrindo os valores relativos ao que recebia tomando conta de carros nas ruas próximas ao Cristo Redentor. Estimulando-o a organizar e sistematizar mais suas ações e a participar de reuniões de planejamento e avaliação com educadores e a começar a se reaproximar da escola formal.  

Hoje, Rafael Silva, organiza "O Brinquedo Esportivo" que conta com aproximadamente cinquenta crianças com atividades esportivas as terças e quintas-feiras, onde acompanha atentamente o movimento olímpico que circula pela cidade.

A copa do mundo e as Olimpíadas aproximam-se e as expectativas em relação à geração de melhorias para a cidade do Rio de Janeiro desapontam Rafael, que percebe que ações como a que desenvolve, não vão ter visibilidade, porque políticas públicas estão focadas nas grandes vitrines internacionais reservando para favelas e periferias apenas ações de contensão policial.

O Brasil caminha para tornar-se a quinta maior economia do mundo, mas ainda ocupa a octogésima oitava posição no ranking mundial de Educação, resultante da falta de manutenção das desigualdades sociais, raciais e econômicas, traduzidas no grande acumulo do capital e na péssima distribuição de renda. 48 milhões de jovens entre 14 e 24 anos no Brasil, tem profundas dificuldades de inserção no primeiro emprego, devido a vários fatores como a dificuldade de conclusão do ensino básico ou médio, e até mesmo a ida para o mercado informal.

E é neste contexto de desenvolvimento econômico, baixo investimento em educação, violência contra jovens (a relação é de 2 jovens negros para cada 3 homicídios) que Rafael Silva morador da favela do Cerro Corá ensina o sentido do que é dar bola pra vida.




















Nenhum comentário: