ESTUDO REFORÇA MEDIDAS DE PREVENÇÃO DA EXPLORAÇÃO SEXUAL NA COPA DE 2014:Cooperação e Desenvolvimento pela Infância e Juventude

19 de nov. de 2012

ESTUDO REFORÇA MEDIDAS DE PREVENÇÃO DA EXPLORAÇÃO SEXUAL NA COPA DE 2014

Pesquisa aponta relação entre o fluxo de turistas estrangeiros com denúncias ao Disque 100;
capitais do Nordeste são as mais vulneráveis




Estudo encomendado pelo Conselho Nacional do SESI, com base em dados oficiais de fluxo turístico em Salvador (BA) e São Paulo (SP), revelou que há uma relação entre o desembarque de turistas estrangeiros que vêm ao Brasil a passeio e o aumento das denúncias de exploração sexual feitas ao Disque 100, serviço de denúncias do Governo Federal.

De acordo com o levantamento produzido pela John Snow Brasil Consultoria, entre os anos de 2008 e 2010, a cada 370 turistas estrangeiros que chegaram a Salvador, uma denúncia foi feita ao Disque 100. Já em São Paulo, era preciso a entrada de 2.567 turistas para que houvesse o aumento de uma denúncia ao serviço, quase dez vezes mais que na Bahia.

Segundo o consultor Miguel Fontes, coordenador da pesquisa, esse resultado mostra que o país deve se preparar para prevenir a exploração sexual de menores em grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014, quando as cidades-sede dos jogos receberão milhares de turistas.

O Nordeste é a região do país com maior vulnerabilidade à exploração sexual, conforme apontou o estudo, que também levou em consideração a relação entre a renda per capita e o número de denúncias de exploração por grupo de 100 mil habitantes. Os principais fatores estão ligados à renda familiar e aos índices de Desenvolvimento Humano IDH. Os números de exploração sexual confirmam essa realidade, já que o Nordeste é a região com maior número de casos, com mais de 37% do total, de acordo com dados da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República SDH.

De acordo com o pesquisador, foram utilizados dados do Ministério do Turismo sobre o fluxo de turistas estrangeiros mês a mês, de janeiro de 2008 a dezembro de 2010, na Bahia, onde a característica é o Turismo de Lazer, e em São Paulo, onde predomina o Turismo de Negócios. Ao mesmo tempo, foram colhidas informações da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência (SDH) de denúncias formalizadas de exploração sexual. "A pergunta foi: quando aumenta o fluxo de turistas aumentam também as queixas de exploração? Será que haveria uma correlação entre esses dois fatos? O resultado mostrou que na Bahia e em São Paulo existe essa associação, só que de uma maneira muito mais significativa na Bahia do que em São Paulo", diz Fontes.

O documento intitulado "Turismo e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes: um Estudo dos seus Fatores Determinantes" foi apresentado no último dia 23, durante o seminário "A Exploração Sexual e os Grandes Eventos Esportivos" que reuniu, em Paris, na França, representantes do Conselho Nacional do SESI e de organizações europeias de enfrentamento à exploração sexual. Na ocasião, foi feito um alerta para o risco do aumento no número de casos no Brasil nos próximos anos, caso nenhuma medida de prevenção seja adotada.

A partir desse levantamento, o SESI articula com seus parceiros na Europa uma campanha de conscientização tanto nos países que despacham turistas quanto em países como o Brasil, que receberão milhares deles já a partir de 2013, com a ocorrência da Copa das Confederações.

Segundo Miguel Fontes, ações no sentido de orientar os turistas serão importantes para atenuar o que o estudo projeta para os próximos anos. A campanha "Não desvie o olhar" será divulgada em cerca de 20 países na Europa, África e América do Sul. Estão previstos eventos de mobilização, ações em redes sociais, vídeos e pôsteres que serão exibidos em aeroportos, aviões, agências de viagens, bares, restaurantes e outros espaços públicos, além da sensibilização de profissionais do setor turístico para que não aceitem a prática do crime e denunciem. A campanha também prevê a criação de um site europeu para denúncias. Para Fontes, é possível que o cenário exposto pelo estudo não se confirme no futuro por conta de medidas como essa.

Clique aqui para ver o documento na íntegra.

 ViraVida

No Brasil, como na grande maioria dos países, a exploração sexual é considerada crime e violação dos direitos universais de crianças e adolescentes. Mesmo assim, são comuns o desembarque de turistas europeus que chegam com o propósito de explorar sexualmente meninos e meninas agenciados à beira-mar em cidades da costa nordestina ou em cidades como o Rio de Janeiro. Para enfrentar o problema, o SESI criou em 2008 o projeto ViraVida, que busca remover jovens de 16 a 21 anos da exploração, capacitando-os profissionalmente e recompondo seus vínculos com a família.

O projeto surgiu de uma iniciativa pessoal do presidente do Conselho Nacional do SESI, Jair Meneguelli, e hoje está presente em 19 cidades de 16 estados do país. Atualmente, mais de 70% dos alunos formados já estão trabalhando.



Equipe Executiva PAIR-BH

Associação Municipal de Assistência Social - AMAS

Violência sexual contra crianças e adolescentes: ISSO EXISTE!!!
Se você sabe ou suspeita de algum caso faça uma denúncia anônima.
Disque 100 ou 0800 031 1119



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