OFICINA FORMAÇÃO DE FORMADORES. SOMA DE EXPERIÊNCIAS E TROCA DE SABERES ENTRE PESSOAS.:Cooperação e Desenvolvimento pela Infância e Juventude

9 de dez. de 2013

OFICINA FORMAÇÃO DE FORMADORES. SOMA DE EXPERIÊNCIAS E TROCA DE SABERES ENTRE PESSOAS.



"Transgredir por meio da inteligência e da articulação política, é a melhor maneira que o jovem tem hoje para lutar pelos seus direitos".

Por: Hudson Freitas 

Belo Horizonte – Entre os dias três e cinco de Dezembro, o Instituto de Estudos Socioeconômicos – Inesc, em parceria com a KNH Brasil, realizou a oficina:  Formação de formadores. Projeto de capacitação para jovens e adolescentes.

Vinicius Moreira 
O objetivo da oficina é discutir conceitos e políticas públicas para o enfrentamento de diversas formas de violência que afetam crianças e adolescentes das comunidades populares, a partir de ações protagonistas.

A Oficina capacitou adolescentes de projetos parceiros da Knh Brasil.

"O intuito é que esses jovens sejam agentes multiplicadores de direitos, e, que eles próprios possam repassar o aprendizado a outros jovens das suas comunidades, assim, criando um ciclo de capacitação em rede. E que esses jovens, sejam sujeitos de atuação na garantia e promoção dos direitos da criança e adolescente". Comenta Christiane Rezende, Assessora de Projetos KNH Brasil.

A formação centra o foco em Direitos Humanos, Orçamento Público e Participação Política.  "A ideia principal é que os adolescentes se apropriem dos debates e realizem mobilizações e articulações em suas comunidades pela conquista de direitos". Comenta Márcia Acioli, Assessora Pedagógica do Inesc.

De acordo com Márcia Acioli, conscientizar o adolescente da importância quanto ao seu papel de protagonista de direitos, como um agente de devesa dos seus demais, da sua comunidade, respondendo por si, é o primeiro passo para o combate a violência.


"O adolescente muita das vezes está presente dentro da sua comunidade, ele pode responder por si próprio, falar do que precisa. Debater a respeito dos seus anseios do que lhe aflige.  E muitas das vezes a gente conta com pessoas que estão no poder, que não vive o que a gente vive. Não sabe o que passamos, nem se quer conhece a verdadeira fonte da violência dentro da comunidade.  Agora um jovem que vive o dia a dia de uma comunidade, ele sim pode falar o que ele precisa e tentar combater a violência", diz Cristiany Lima, adolescente protagonista.  

Outro aspecto proposto na formação dos adolescentes foi a criação de um espaço de debate online, onde as pessoas iram poder compartilhar experiências de enfrentamento de direitos, partilhar informações a cerca de gênero, raça, direitos humanos, criar grupos de trabalhos, comunidades de aprendizagem, entre outros,  por meio de uma rede colaborativa de troca de informações.  
  
De acordo com Vinicius Moreira, adolescente protagonista do Inesc, a oficina de Formação de Formadores na perspectiva de funcionamento de rede, é de extrema importância, uma vez que os próprios jovens vão poder se articular por diversas organizações e ter contatos com pessoas, que talvez passem por realidades distintas ou iguais a suas, no enfrentamento a violência.

Vinícius, ainda comenta que a importância da participação do adolescente, no protagonismo pela mudança do cenário da violência, perpassa por questões históricas complexas. "O adolescente muita das vezes é criminalizado pela sociedade, e até mesmo pela mídia. Então, quando o adolescente se vê protagonista de seus direitos, e que ele tem voz, perspectiva social, tem vez dentro da sociedade, ele percebe que pode lutar, não só pelos seus direitos, como pelo direito de outros adolescentes dentro da sua comunidade no combate a violência", explica. 

Márcia Acioli comenta da importância do Jovem transgredir. Mas, transgredir por meio da inteligência e da articulação política. "Essa é a melhor maneira que o jovem tem hoje para lutar pelos seus direitos. Trabalhar com a dimensão da cultura e da arte nas intervenções urbanas, pode dar muitos frutos. Surpreender, chamar a atenção de uma maneira inusitada. Com recados bonitos, claros. E o principal. Dialogar com as autoridades para mudar essa nossa realidade, resalta.

Estiveram presentes na oficina Formação de Formadores os projetos Parceiros: Inesc - DF, SERPAF - MG, Casa da Juventude, Itaobim – MG, Projeto Legal – RJ, Meu Corpo, Meu bem – SP. E ainda, O Movimento de Organização Comunitária – MOC da Bahia, e o projeto Ação Educativa – SP.

Após os adolescentes debaterem a cerca da elaboração de um plano de comunicação e propor um plano de ação e sistematização dentro das suas comunidades a cerca de um levantamento dos focos de incidência de violência, foi criado o nome para o projeto, TEIA: Rede em Ação Por Direitos.


"É impressionante como os adolescentes se apropriam rapidamente dos temas e se engajam muito rápido em alguma militância. Um encontro como esse, propicia uma aproximação, um novo ponto de conexão com outros jovens que tem as suas militâncias, suas atividades, suas organizações. Enfim, essa soma de experiências de pessoas, para essas trocas de saberes é o ponto que alimenta o projeto", finaliza Márcia Acioli. 

Nenhum comentário: