21 de mai. de 2009

COLUNATIVA

A partir deste mês estaremos abrindo esta coluna, tentando sempre abordar e apresentar algum assunto voltado à garantia de Direitos da Criança e do Adolescente. Para estrear, nada mais justo de falarmos um pouquinho de como tudo começou! Se você também quiser ter o seu artigo publicado, envie para nosso endereço eletrônico seco@knhbrasil.org.br

COMO TUDO COMEÇOU
Para compreender o processo de criação e elaboração do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é importante conhecer um pouco sobre os movimentos sociais que lutaram pelos direitos de cidadania e pela redemocratização ao longo da década de 1980, no Brasil. Em 1979 o governo militar, já em crise por conta da inflação e da recessão, aprova a modificação da legislação partidária e eleitoral e restabelece o pluripartidarismo. Ressurgem os partidos de oposição, fortalecem-se os sindicatos, as entidades de classe e os movimentos sociais. Em 1984, o país mobiliza-se na campanha pelas Diretas Já, que pede eleição direta para a Presidência da República.
É nesse contexto que ganham corpo e visibilidade os movimentos sociais de luta pelos direitos da criança e adolescente. Setores ligados à Igreja Católica, ao Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, às entidades de atendimento à infância e juventude,
juntamente com outros movimentos sociais, pressionam o governo para convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte com o objetivo de elaborar uma nova Constituição Brasileira.
No período da Assembléia Constituinte (1985-1988), o movimento pelos direitos da criança e do adolescente realizou e participou de inúmeros debates, seminários e estudos para compreender
a infância e adolescência do ponto de vista biológico, psicológico e social. Também coletaram assinaturas e contataram parlamentares constituintes para garantir que as emendas propostas pelo movimento fossem aprovadas.
Toda essa mobilização determinou a criação do artigo 227 da Constituição de 1988 que dispõe: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”
Promulgada a Constituição de 1988, os movimentos sociais ligados à infância e à juventude continuaram se mobilizando e reivindicando a criação de uma lei específica que abordasse os direitos da criança e do adolescente.
Em 13 de julho de 1990, é promulgada a Lei no. 8069 – o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Essa lei representa uma mudança de paradigma na área da infância e da juventude, incorporando uma nova concepção de criança e adolescente. Estes passam a ser considerados como “sujeitos de direitos”, e não mais como “menores” objetos da ação do poder público, principalmente em casos de abandono e/ou delinqüência, passíveis de medidas assistencialistas, segregadoras e repressivas como nos Códigos de Menores de 1927 e 1979.
Trata-se de uma mudança de concepção na qual as crianças e os adolescentes eram vistas exclusivamente como “portadoras de carências” e, a partir de então, como cidadãos, sujeitos de direitos.
Pensar a infância e a adolescência nessa nova perspectiva significa reconhecer que nessa fase da vida os indivíduos encontram-se em pleno desenvolvimento biopsicossocial e que, portanto, necessitam de atendimento e cuidados especiais para se desenvolverem plenamente.
Essas necessidades e cuidados são postos em termos de direitos, estendendo-se ao conjunto desse segmento, sem discriminação de qualquer tipo, cabendo ao poder público, à família e à sociedade, assegurar com absoluta prioridade a efetivação desses direitos relativos à sobrevivência e ao seu desenvolvimento integral das crianças e adolescentes
Fonte: Educarede (
www.educarede.org.br)

18 DE MAIO


KNH BRASIL SECO E PROJETOS PARCEIROS NO COMBATE AO ABUSO E EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM PARCERIA COM O PROJETO JUVENTUDE EM ALERTAS


O dia 18 de maio foi escolhido nacionalmente devido ao crime ocorrido neste mesmo dia no ano de 1973, na cidade de Vitória, Espirito Santo, cometido contra uma criança de oito anos (Aracelli) quando foi raptada, drogada, violentada e, já morta, teve o corpo carbonizado por um grupo de jovens da classe média alta daquela cidade. Apesar da natureza cruel, o crime prescreveu impune.A proposta da criação da data partiu da então deputada, hoje Deputada Federal, Rita Camata (PMDB/ES), Presidente da Frente Parlamentar pela Criança e Adolescente do Congresso Nacional, por intermédio de projeto de lei de sua autoria que, posteriormente, aprovado pelos congressistas e sancionado pelo então Presidente, Fernando Henrique Cardoso, converteu-se na Lei nº. 9.970/2000.
A KNH Brasil SECO, com alegria, recebeu várias agendas de seus parceiros com programação de articulação, mobilização e sensibilização da população em geral no combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Mas nesse dia em especial, estivemos firmando mais uma nova parceria o o Projeto “Juventude em Alertas” em Padre Paraíso/MG, no Vale do Jequitinhonha. O projeto que tem como foco o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes acaba de entrar para a rede de parceiros do regional SECO.
Essas ações são fundamentais! E com esta preocupação que o regional vem apoiando promover ações e estratégias para o rompimento deste ciclo nas famílias e comunidade.

CONTEÚDO NOVO DO ENEM É ANUNCIADO

Por unanimidade os reitores da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) aprovaram a matriz de habilidades que serão incluídas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Desta maneira, o Ministério da Educação anunciou que a prova agora privilegiará a capacidade de compreensão dos conteúdos e a interdisciplinaridade, não havendo mais “pegadinhas” de questões ou “decoreba” por parte dos alunos.
Possivelmente os tradicionais vestibulares das universidade de todo país deverão ser substituídos por este novo método, mas ainda não é possível saber quais e quantas.
O exame este ano terá duas edições, sendo o primeiro aplicado em outubro, contendo 200 questões divididas nas áreas de ciências naturais e humanas, linguagens e matemática e uma redação.
FIQUE ATENTO:
Estamos nos organizando para em breve divulgar os resultados do II Seminário “Tecendo Vida, Fomentando Sonhos e Construindo Novas Relações Sociais através do Protagonismo”, além de disponibilizar textos e as apresentações das palestras e oficinas.

I ENCONTRO COM ADOLESCENTES E EDUCADORES DO FÓRUM NACIONAL DCA



Nos dias 26 a 29 de maio de 2009, em Brasília, o Fórum Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (FNDCA), parceiro da KNH Brasil SECO, irá realizar o I Encontro com Adolescentes e Educadores.
Este evento busca envolver os adolescentes para a participação dos debates em torno de seus direitos, através de uma metodologia e linguagem específica para este público, contribuindo no decorrer do evento para a identificação do que eles vêem como relevante no campo de seus direitos. Para isto, o encontro contará com a participação de consultores especializados no trabalho com adolescentes, sendo um deles consultor da ONU – Organização das Nações Unidas.
Para a participação neste encontro, o FNDCA disponibilizou para cada entidade filiada a indicação de um adolescente de 14 a 16 anos. Neste caso, para a KNH Brasil, foi liberado uma vaga para uma adolescente (sexo feminino) dentro desta mesma faixa etária de 14 a 16 anos. Solicitamos que cada parceiro indicasse uma adolescente delineando seu perfil. Neste processo de seleção, Joyce do Projeto Roça Grande Melhor apresentou o melhor perfil, além de comprometer-se a replicar as discussões e encaminhamentos tanto para seus colegas do projeto como também aos dos demais parceiros nossos.
Com destaque, os Jovens Jornalistas do nosso projeto parceiro SERPAF de Sete Lagoas/MG foram convidados diretamente pelo Fórum a fazer a cobertura do Evento.

*Desenho Márcia Acioli - Assessora Pedagógica INESC
*Foto no Regional SECO com os Jovens que participarão do FNDCA

DEFININDO O ENFOQUE DE DIREITOS PARA A KNH


A KNH, seus escritórios e organizações parceiras da América Latina começaram um processo de fortalecimento e consolidação do trabalho no que tange a buscar compreender e apoiar seus projetos parceiros no desenvolvimento de práticas efetivas de Enfoque de Direitos.
Para discutir este tema no ano em que se comemora 20 anos da Convenção Internacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, a Kindernothilfe reuniu seus colaboradores de 04 países da América, sendo um destes o Brasil, representado por Andréia Barreto (Coordenadora KNH Brasil SECO) e Sérgio Soares (Coordenador KNH Brasil SUL).
Em outra etapa foi desenvolvido um questionário que permitirá dimensionar e estabelecer qual é o estado e grau de avanço na incorporação do Enfoque de Direitos em suas atividades e ações, podendo assim definir estratégias pertinentes a cada realidade.
Este questionário foi respondido por alguns projetos parceiros, e em especial pelas crianças e adolescentes.
Neste sentido, esta participação e apoio contribuirão para avançar neste contexto em cada país, possibilitando criar os caminhos necessários para que todas as crianças e adolescentes tenham seus direitos assegurados.
Veja uma das respostas, de Julia de Capideville de 16 anos de Brasília:
O que seria normal na Escola? “Seria normal um ensino de qualidade, ou seja: professores qualificados, alunos na idade correspondente a série, salas com os recursos necessários para uma aula diversificada e bem exemplificada. Os alunos iriam para a escola confiantes de que aprenderiam algo e a matéria corretamente.”
Em breve estaremos informando mais sobre o andamento deste processo!
*Um dos questionários respondidos

CADA UM NO SEU LUGAR OU PODEMOS MISTURAR?

Como também abordado durante o "II Seminário Tecendo Vida, Fomentando Sonhos e Construindo Novas Relações Sociais através do Protagonismo” acerca da importância da união de todos os atores sociais para o enfrentamento dos problemas que atingem a sociedade, vem acontecendo um exemplo de sucesso numa favela do Rio de Janeiro.
Mesmo com muitas dificuldades com os traficantes, a desconfiança da comunidade e também resistência dos próprios policiais, a Tropa de Elite do Batalhão de Operações Especiais (Bope), conseguiu desenvolver na favela Tavares Bastos, as oficinas/cursos de futebol e de defesa pessoal, dadas pelos próprios policiais do Bope. Cerca de 90 crianças e adolescentes participam!
Outro importante projeto da Polícia Militar é o PROERD (Programa Educacional de Resistência às Drogas), que consiste na ministração de cursos dadas pelos próprios policiais fardados para prevenir o uso e abuso de drogas e a prática da violência entre os alunos do ensino fundamental em escolas municipais.
Infelizmente ainda as pessoas não conhecem e por isto não têm a dimensão da importância deste Programa.
Por isto, maiores informações você encontra no site:

http://pt.wikipedia.org/wiki/PROERD

NÃO ESQUEÇA:

UM MUTIRÃO DE ORAÇÃO PELOS DIREITOS DA CRIANÇA

Nos dias 5, 6 e 7 de junho milhões de pessoas em todo mundo irão orar pelas crianças e adolescentes em situação de risco social e pessoal.
Em 2009, é 14º. Mutirão Mundial de Oração por Crianças e Adolescentes em Situação de Risco. Este mutirão anual é um compromisso coletivo e sério diante um mundo que não tem cuidado de suas crianças e adolescentes.
O Brasil também faz parte deste mutirão, onde em 2008 mais de 70 mil pessoas oraram, sendo que no mundo foram mais de 3 milhões.
Este ano as orações estarão voltadas para que todas as crianças e adolescentes tenham o direito de crescer com dignidade em todos os aspectos de sua vida.
Participe você também desta mobilização!!!
Mais informações:

A REALIDADE E DESAFIO DAS ESCOLAS DO SEMIÁRIDO: ÁGUA DE QUALIDADE


No dia 28 de Abril comemora-se o Dia Nacional da Educação. Neste ano, mesmo com momentos de comemorações, muitas reflexões. A Educação e a Saúde no Semiárido Brasileiro mostram que nem sempre andam juntas, onde há escolas em condições precárias de acesso à água e saneamento básico. No CENSO Escolar 2008 MEC/Inep, apontou que dos 1.135 municípios que estão dentro do Semiárido legal(Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerias, Paríba, Pernanbuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe)121 possuem escolas de Ensino Fundamental sem água, totalizando 315 instituições. Em Minas Gerais, das 2.199 escolas públicas das zonas rural e urbana do Semiárido do Estado, 126 não tem nenhum tipo de tratamento Sanitário, e outras 36 ão possuem abastecimento de água.
Nas escolas que possuem abastecimento de água, esta vem da rede pública, de poços artesianos, cisternas, cacimbas ou riachos. Porém, o acesso á água, não siginifica que a situação seja satisfatória pois é importante saber da qualidade desta.
É importante lembrar que o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) determina que uma Educação de Qualidade deve assegurar além de aulas regulares, material didático e espaço para recreação, precisa também de água potável para consumo, banheiro e cozinha para o preparo saudável e adequado dos alimentos. Desta maneira, o UNICEF em parceria com a Agencia Nacional das águas elaboraram o Projeto “Toda Escola Pública Brasileira com água potável, banheiro e cozinha”. Através da articulação com o poder púlico dos estados, a proposta visa garantir que todas as escolas do Semiárido atendam a essas condições até o final de 2011, totalizando cerca de 5.000 escolas. Cada estado, até o dia 30 de abril, teve que elaborar um plano de ação e um termo de compromisso devendo ser assinado pelos secretários de educação e meio ambiente e por um representante da União Nacional dos Dirigentes Municipais em Educação (Undime).