Imagem: Cristopher Jones-Fotolia |
Crianças e adolescentes do Brasil elaboraram propostas pelo
fim do trabalho infantil e pelo trabalho adolescente protegido. A ação integra
a Campanha É da Nossa Conta que foi lançada no dia 13 de junho, em Salvador. Uma outra
etapa ocorreu em São Paulo ,
nos dias 24, 25 e 26 de junho, com oficinas e debates sobre a questão com
agentes públicos do semiárido brasileiro.
As propostas apontam possíveis caminhos para um Brasil sem
trabalho infantil e com trabalho adolescente protegido, principalmente no
contexto dos megaeventos, como Copa das Confederações, Copa do Mundo,
Olimpíadas e datas festivas do País. As propostas vindas dos jovens
acrescentaram conteúdo à estrutura da campanha, divididas nos pilares
Reconheça, Questione e Participe.
O objetivo, agora, é que até o fim da campanha, em dezembro,
o debate continue para que sejam fomentadas novas ideias.
As 12 propostas jovens consolidadas em debates por redes
sociais e em encontros presenciais são:
Reconheça
1. Vamos fazer com que as pessoas vejam as consequências do
trabalho infantil doméstico. É um trabalho duro que tira a infância de milhares
de crianças e adolescentes, principalmente das meninas. E pior: elas ficam mais
expostas a maus tratos e a exploração sexual.
2. Queremos ter palestras e oficinas nas escolas de todo o
país explicando o que é trabalho infantil e trabalho adolescente desprotegido e
falar do trabalho aprendiz. Muita gente não sabe.
3. Não compre produtos nas ruas e nos sinais de trânsito,
você não está ajudando os meninos e meninas que estão lá. Se você faz isso, só
está contribuindo para a exploração deles.
4. Se na cidade já é difícil combater o trabalho infantil,
imagine no campo? Queremos fazer caravanas para cidades do interior do Brasil e
conversar com crianças e adolescentes como nós. Vamos fazer vídeos e mostrar
como é a vida deles para que todos saibam e possam ajudar.
Questione
5. Precisamos quebrar o tabu de que trabalho infantil
“ajuda” as famílias. É trabalho de meninos e meninas que deveriam estar na
escola, sendo crianças e adolescentes. Dizer que “melhor estar trabalhando que
roubando” ou “que já está encaminhado na vida” é uma ilusão.
6. Sabemos que a ligação da escola com a comunidade cria
laços mais fortes com as famílias. Queremos fortalecer ainda mais esses laços
entre família, escola e comunidade. Todos são responsáveis por nós.
7. Frases como “você só estuda?” “Não faz mais nada na
vida?” não podem ser estimuladas. Estudar, ser criança e adolescente é um
direito de todos nós.
8. Queremos a criação de um espaço para tirar as crianças
das ruas e reintegra-las à escola. Um espaço que acolha esses meninos e meninas
mostrando outras possibilidades e com investimento do governo e empresas. Todos
podem ajudar.??
Participe
9.Queremos centros de apoio em escolas e instituições para
encaminhamentos e denúncias sobre trabalho infantil e trabalho adolescente
ilegal. Os adultos também precisam denunciar. Discar 100 é uma forma.
10. Precisamos de mais escolas em tempo integral com
esporte, lazer e cultura. Mais tempo nas escolas estudando e praticando
esportes é menos tempo na rua.
12. E para terminar, pedimos que olhem mais para o Estatuto
da Criança e do Adolescente. Ele foi feito para ser cumprido. O que está lá é
nosso direito e também o direito de milhares de meninas e meninos que estão
trabalhando.
Como aconteceu?
As propostas foram recebidas de 13 a 31 de maio pela página do
Facebook do Promenino. Além disso, as ONGs Viração e Cipó foram responsáveis
pela mobilização com jovens de São Paulo e das regiões Norte e Nordeste.
Faça parte!
Conheça as 12 propostas iniciais e contribua com este
debate. Compartilhe esta iniciativa em suas redes sociais e construa novas
ideias. A responsabilidade por um Brasil sem trabalho infantil e com trabalho
adolescente protegido é de todos nós!
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